O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques (PSD), pediu hoje à ministra da Saúde que “ponha as suas ideias em ordem” e que apresente um cronograma relativo ao centro oncológico previsto para o Centro Hospitalar Tondela Viseu.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião de Câmara de hoje, Almeida Henriques lembrou que, em 2017, “foi assumido o avanço do centro oncológico” em Viseu.
“O Governo comprometeu-se que ele estaria a funcionar em 2019. Estamos no primeiro trimestre de 2019 e verificamos que, afinal de contas, nem projeto existe, nem se sabe muito bem o que é que o Governo quer fazer”, lamentou.
Na quarta-feira, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões reuniu com a ministra da Saúde, Marta Temido, e com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, para analisarem a criação da unidade de radioterapia/centro oncológico e as obras de requalificação do serviço de urgência do hospital de Viseu.
“No que concerne ao centro oncológico, continuam a não estar asseguradas as respetivas fontes de financiamento”, refere a CIM, em comunicado, acrescentando que a isto acresce o facto de o modelo do centro oncológico “ter sido alterado pelo atual conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, sem que este tenha apresentado ao Ministério da Saúde”, até hoje, o modelo alternativo.
Segundo a CIM, a ministra “assumiu que a localização no Centro Hospitalar Tondela-Viseu não estava em causa”, tendo ficado estabelecido que, após o conselho de administração apresentar o modelo, seriam mantidos contactos “para o acompanhamento conjunto do processo”.
Para Almeida Henriques, apesar de o Governo continuar a afirmar que a opção é o concelho de Viseu, é preocupante que não haja qualquer data, porque “não se pode brincar com a saúde das pessoas”.
O autarca mostrou-se também muito preocupado com o não avanço das obras de requalificação do serviço de urgência do hospital de Viseu, que “tem projeto adjudicado há mais de dois anos e verbas alocadas por fundos comunitários no âmbito da CIM Viseu Dão Lafões, no valor de 4,5 milhões de euros”.
Segundo a CIM, confirma-se “o facto de continuar a faltar a autorização da Secretaria de Estado do Tesouro para a referida obra e, consequentemente, o assegurar do financiamento do montante correspondente à contrapartida nacional”.
Neste âmbito, o Conselho Intermunicipal da CIM Viseu Dão Lafões irá solicitar, com caráter de urgência, uma audiência ao secretário de Estado do Tesouro.
Almeida Henriques considerou que, como ainda é preciso o visto do Tribunal de Contas, corre-se o risco de “chegar ao final deste ano com o novo Governo e a obra ter de ser descabimentada numa operação de limpeza, pelo facto de não ter avançado”.
“Temos que estar seriamente preocupados com estas questões, pelo atraso que tem e também pelo risco de não se vir a fazer”, frisou.
O autarca exigiu ao secretário de Estado do Tesouro que “despache a contrapartida nacional” e “não esteja à espera que ainda tenham de ser os municípios a pagar a contrapartida nacional de uma obra que é nacional”.
Lusa
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