Centro de Artes do Espetáculo de Viseu (CAEV), entidade responsável pela gestão e programação do Teatro Viriato, anunciou ontem que a artista e escritora Patrícia Portela vai substituir Paula Garcia, “que deixa o seu lugar para abraçar um novo desafio profissional”.
Em comunicado, o município diz-se surpreendido com este anúncio e lembra que é o proprietário do teatro e o principal financiador da sua atividade.
Por isso, considera que estas decisões, “destituídas de uma auscultação e articulação prévias com aquele que é o proprietário do equipamento e principal parceiro do projeto”, são “um profundo desrespeito institucional e uma quebra dos mais elementares princípios éticos da confiança e parceria”.
“A autonomia artística do CAEV na programação do teatro municipal nunca foi posta em causa. Existem, porém, decisões estratégicas relativas à orientação e desenvolvimento do projeto cultural que é o Teatro Viriato que exigem concertação e diálogo”, sublinha.
A autarquia estranha ainda que “a atual diretora não tenha concluído o seu mandato até ao fim, nos termos do projeto candidatado a financiamento do Ministério da Cultura”.
No seu entender, “decisões unilaterais como estas ferem as condições de relacionamento institucional de futuro e representam um voltar de costas à comunidade local”.
A Câmara recorda que, além da cedência do teatro e da sua manutenção corrente, assegura anualmente, até 2021, um financiamento de 380 mil euros, destinado à programação e ao funcionamento daquela estrutura.
Segundo o CAEV, Patrícia Portela irá fixar-se em Viseu a partir de 01 de março.
“Profunda conhecedora do Teatro Viriato e uma das artistas que tem marcado presença assídua na sua programação, Patrícia Portela é reconhecida nacional e internacionalmente pela singularidade da sua obra, tendo recebido por ela vários prémios”, sublinha.
Enquanto autora do projeto artístico em vigência (financiado pela Direção Geral das Artes e pela Câmara de Viseu), Paula Garcia irá manter-se como presidente da direção do CAEV.
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