O presidente da Câmara de Sernancelhe quer “mais abertura da Saúde” para as proteções civis municipais ajudarem e serem um complemento ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Dependendo do trabalho, tenho entre 11 a 13 pessoas no terreno, não só no contacto diário com quem está infetado, como também com quem está em isolamento profilático”, disse Carlos Silva Santiago.
Estas equipas são um “complemento aos profissionais do Serviço Nacional de Saúde”, explicou o autarca, que disse ter “um médico a coordenar, que conversa com a delegada de saúde diariamente,” e que tem também o vice-presidente da Câmara e o comandante dos bombeiros, “num autêntico trabalho de equipa”.
“Se a Saúde aceitar que é possível, da parte dos municípios, gente responsável para este tipo de contactos, para perguntar às pessoas se têm sintomas, porque qualquer pessoa responsável o sabe fazer, não são precisos médicos ou enfermeiros”, defendeu.
Com isto, o responsável disse que “as pessoas enviam a tempo e horas para a delegada de saúde os resultados e assim é possível prescrever um conjunto de coisas, como um teste PCR para despiste, uma baixa para quem está em isolamento ou infetado”.
“Mas para este trabalho é preciso que haja abertura e parece-me que não está a haver e o que acontece é que quando os resultados chegam aos municípios já a pessoa saiu do período de quarentena e a proteção civil não pode fazer o seu trabalho”, lamentou este autarca do distrito de Viseu.
A Câmara tem também “quatro viaturas a fazerem visitas e estão à disposição destas pessoas para o que precisarem, nomeadamente para a aquisição de produtos alimentícios, farmacêuticos, entre outros”.
“De certa forma, alguma propagação e alguma inércia fazem com que isto esteja nesta situação. Não estou preocupado se os outros fazem ou não fazem, estou preocupado em ter resultados e é o que estamos a fazer”, assumiu.
Numa semana, a autarquia proporcionou “3.500 testes e já tinham sido feitos 500”, ou seja, “em mais de 4.000 testes feitos à população, resultaram mais de 230 infetados e, só na semana de testagem em massa, foram cerca de 160 os casos positivos” detetados, que “agora estão isolados e que nem sabiam que estavam positivos”.
“Em vez de andarmos a reboque da Saúde, anda a Saúde a reboque das ações pró-ativas do município e da proteção civil de Sernancelhe”, apontou o presidente, que disse ter “testado cerca de 95% da população”, uma vez que “deve haver, no momento, cerca de 5.500 pessoas”.
O autarca esclareceu ainda que “não foram feitos somente testes a quem reside no município, muita gente que trabalha em Sernancelhe também foi testado”, ou seja, “foi todo um universo de pessoas que durante o dia está no concelho”.
“Entre os que estão infetados e os contactos próximos que poderão vir a acusar positivo, espero que até ao final do mês de fevereiro consigamos regularizar a situação em Sernancelhe e contribuir para o todo nacional com esta ação”, disse.
No seu entender, “o importante foi ser feita esta fotografia ao concelho” e, com isso, “conseguiram-se isolar mais de 200 pessoas e controlar cadeias de contágio, porque só assim é que se consegue controlar o vírus num território de baixa densidade que tem uma população bastante envelhecida”.
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