O presidente da Câmara de São João da Pesqueira defendeu hoje a conversão do juízo de proximidade existente no concelho em juízo de competência genérica, para que as populações não sejam penalizadas no acesso aos serviços de justiça.
O Tribunal de Comarca de São João da Pesqueira, no distrito de Viseu, encerrou no âmbito da reorganização feita em 2014 pelo Governo PSD, apesar dos protestos da população e dos autarcas de então, e passou a secção de proximidade.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Cordeiro disse que o tempo médio de deslocações para Moimenta da Beira (juízo de competência genérica) é superior a uma hora, o que penaliza as populações.
“Dados que tenho de 2021 referem, por exemplo, que os processos entrados em Moimenta são 31,38% do total e em São João da Pesqueira são 32,44%”, contou o autarca, acrescentando que há ainda os processos de Penedono (7,31%), de Sernancelhe (15,15%) e de Tabuaço (13,72%).
No seu entender, “se Moimenta tem dois juízes e dois procuradores e São João da Pesqueira tem inclusivamente mais processos”, faz mais sentido haver “um juiz em Moimenta e outro juiz na Pesqueira”.
O autarca explicou que há também a possibilidade de São João da Pesqueira receber processos do concelho vizinho de Penedono, atendendo à proximidade geográfica.
Neste âmbito, Manuel Cordeiro já pediu uma reunião à ministra da Justiça, durante a qual espera conseguir sensibilizá-la para que São João da Pesqueira passe a ter todas as competências que tem atualmente Moimenta da Beira, ficando com um âmbito territorial circunscrito ao concelho e eventualmente também ao de Penedono.
“Depois de muitas cartas que já foram remetidas ao Ministério da Justiça, quero também dar conta disso à nova ministra. Pedi-lhe uma reunião, ainda não obtive resposta”, acrescentou.
Segundo o autarca, quer os juízes, quer os advogados, partilham a sua opinião.
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