Os Bombeiros voluntários de Viseu ameaçam deixar de fazer o transporte de doentes não urgentes a partir de 9 de maio, caso o Estado não liquide a dívida que nesta altura ronda os 87 mil euros.
Em conferência de imprensa dada esta terça-feira, João Leal, um dos 27 funcionários da Associação, explicou que “por falta de liquidez”, os assalariados só receberam metade do vencimento de março, tendo todos eles contas certas para pagar no início de cada mês.
“Chegamos ao limite”, afirmou João Leal, após várias conferencias de imprensa dadas pela direção por causa das dívidas do Estado. “São 27 famílias que dependem diretamente destes vencimentos, que têm compromissos”, adiantou. “A única certeza que temos é que não há certeza se no próximo mês recebemos salário”, lamentou.
De acordo com os voluntários, dos 87 mil euros em dívida, que correspondem a quatro meses de atraso por parte do Estado, 50 mil dizem respeito à Administração Regional de Saúde do Centro e os restantes aos hospitais.
“Os funcionários dão até dia 9 de maio para serem liquidados os 87 mil euros e também tem que ser dada a garantia de que não haverá mais do que um mês de atraso”, avisou João Leal, que garante que, caso o problema não esteja resolvido nessa data, deixarão de fazer o serviço de transporte de doentes não urgentes. “Não podemos continuar a empurrar o problema com a barriga”, concluiu.
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) apresenta contas diferentes daquelas que são apresentadas pelos bombeiros de Viseu.
“Atualmente, o valor total de faturação em dívida da ARSC aos Bombeiros Voluntários de Viseu totaliza 28.835,76”, assegurou ao JN fonte oficial do organismo.
“A ERSC está a envidar todos os esforços com vista ao pagamento dentro do referido prazo”, conclui.
JN
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