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BE de Viseu contra propostas para prospeção ou exploração mineira na região

O BE de Viseu está contra as propostas para prospeção ou exploração mineira na região que integram o Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio, cujo relatório de avaliação ambiental preliminar se encontra em consulta pública.

Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão e Viseu são os concelhos da região que constam de algumas das oito áreas do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio.

Em comunicado, o BE refere que “a exploração mineira caracteriza-se pela sua finitude” e que os recursos minerais recolhidos “não são renováveis, nem requalificáveis”.

“O tipo de exploração pretendida é vulgarmente conhecida como mina a céu aberto e apresenta graves impactos negativos nos ecossistemas e em toda a comunidade envolvente, contaminando o ar, solos e água e produzindo uma enorme poluição sonora”, alerta.

O BE está convencido de que “a saúde das populações residentes e a biodiversidade serão certamente afetadas” e também que “será invalidada qualquer outra atividade que pressuponha a utilização de recursos naturais para consumo, sejam elas atividades agrícolas, de exploração animal, captações de água para consumo ou termas”.

“Não podemos esquecer o quanto a exploração mineira nesta região, em especial na zona da Urgeiriça, afetou a saúde humana e ainda hoje há quem tenha problemas de saúde graves derivados da exploração mineira aí efetuada”, lembra o BE, aludindo às minas de urânio.

Neste âmbito, a comissão coordenadora distrital de Viseu do BE opõe-se “a qualquer uma das propostas apresentadas para prospeção ou exploração mineira na região”, considerando que “as carências económicas e financeiras do interior não podem servir de pretexto para sacrificar a biodiversidade e o bem-estar ambiental e humano em nome de potenciais receitas a curto prazo”.

No seu entender, também não haverá vantagens ao nível da criação de postos de trabalho, porque, “no que respeita à exploração mineira, atualmente o processo é largamente mecanizado”.

O BE defende que “todos os pedidos de prospeção, extração ou alargamento, independentemente da dimensão proposta, devem obrigar à realização de relatórios e estudos de impacte ambiental, que devem ser divulgados junto das populações”.

A integração de coletivos ambientalistas no grupo de trabalho para o lítio e “que os processos de consulta pública sejam marcados por uma divulgação eficiente da informação dos pedidos e do seu impacte” são outras exigências.

“As atividades económicas têm de procurar ser benéficas para as populações, não só no retorno que dão com a criação de emprego e pagamento de impostos, mas também têm de ter um impacto positivo no respeito pelo meio ambiente envolvente e minimizar os impactos que sempre causam”, sublinha.

 

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