Os voluntários da Liga de Amigos do Centro Hospitalar Tondela Viseu estão a levar a medicação a casa de doentes imunodeprimidos, uma vez que são doentes de risco, não devendo ir ao hospital.
Os doentes imunodeprimidos da área de influência do Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) estão a receber a medicação em casa pela mão dos voluntários da Liga de Amigos daquela unidade, disse esta quinta-feira à agência Lusa o presidente.
“São doentes de risco, imunodeprimidos. Têm entre 20 e 80 anos e não têm defesas no organismo. Por norma, a farmácia hospitalar fornece os medicamentos para o controlo quotidiano da doença e, neste momento, não devem ir ao hospital, por ordem médica, sob pena de ficarem piores”, justificou Fernando Bexiga.
À agência Lusa, este dirigente explicou que, perante a pandemia, ofereceram “disponibilidade à administração do centro hospitalar e eles solicitaram este serviço”, uma vez que “tinham dificuldade em fazer chegar os medicamentos a determinados doentes”.
Assim, desde o dia 20 de março que Fernando Bexiga começou a “circular pela cidade e arredores” – e também “em todo o distrito, e fora dele –, como, por exemplo, em Gouveia e Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, mas que pertencem à área de influência” do CHTV.
É difícil dizer a quantos doentes é que estamos a fazer entrega de medicamentos, mas são mais de uns 20 por dia e só começamos as entregas a partir das 14h30 e vamos até à noite e, infelizmente, nem sempre conseguimos entregar todos os medicamentos, é muito difícil”, admitiu.
A dificuldade é provocada pela distância percorrida entre as residências e “os milhares de quilómetros em poucos dias” confirmam que “tanto se vai à Serra de São Macário como se atravessa para o outro lado do concelho e a seguir se vai a Gouveia e depois a Penalva do Castelo”.
“Muitas vezes não sabemos onde ficam os locais, onde é que as pessoas moram e depois entramos em aldeias onde não há referência nenhuma, não têm nomes de ruas, o GPS também não as encontra e temos de ligar às pessoas para nos guiarem até elas”, contou.
Também “não há ninguém nas ruas para ajudar e dar indicações”, adiantou, o que, “em condições normais, facilita muito o trabalho nas aldeias, mas, felizmente, o trabalho está dificultado nesta matéria, porque atravessam-se aldeias sem se ver vivalma, por estarem em casa em isolamento social”.
Com “todas as despesas por conta da Liga de Amigos e Voluntários do CHTV, como o material de proteção individual e o gasóleo, porque enquanto a Liga puder o hospital não vai ser sobrecarregado”, Fernando Bexiga acrescentou que nos primeiros dias a distribuição foi feita na sua própria viatura.
“Atualmente, andamos duas equipas em dois carros que duas empresas em Viseu nos cederam gratuitamente o que, parecendo que não, é ótimo, porque é mais uma comparticipação da comunidade e só temos de agradecer às empresas que o fizeram”, enalteceu.
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