“Foi com elevado sentido de responsabilidade que em maio de 2007, Ricardo Lopes, decidiu candidatar-se, pela primeira vez, à presidência do Grupo Desportivo de Mangualde”.
Hoje, 16 anos depois, é imbuído do mesmo espírito, que anuncia que não será candidato à liderança do Grupo Desportivo do concelho de Mangualde, no próximo biénio 2024/2026.
Segundo Ricardo Lopes, “tomo esta decisão, definitiva e já comunicada aos Associados presentes na última Assembleia geral, por entender que não estão reunidas as condições que considero fundamentais para dar continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo destes anos. A base de sustentação que sempre defendi para o clube, assente em três pilares, Município, Sponsors e Sócios, não oferece hoje garantias de estabilidade, nem uma perspetiva de desenvolvimento para o G.D.M.”.
“Durante oito mandatos, contei sempre com a lealdade e solidariedade dos restantes órgãos sociais, Assembleia geral e Conselho Fiscal, agradecendo aos atuais presidentes, Joaquim Patrício e Manuel Azevedo, toda a confiança depositada no projeto coletivo, que tive a honra e o privilégio de encabeçar. Nos momentos de difíceis decisões, quer desportivas, quer financeiras, conseguimos em perfeita simbiose, estar à altura do enorme desafio que é gerir um clube que celebra brevemente 78 anos de vida e que conta com uma história ímpar no concelho de Mangualde”, recorda em comunicado Ricardo Lopes.
“Foi o que fizemos em 2012. Quando celebrámos com o Município o contrato de cedência do direito de superfície do Campo Conde de Anadia por trinta anos (apesar dos enormes constrangimentos financeiros que o Município atravessava, conseguimos, em parceria com o executivo liderado pelo Dr. João Azevedo resgatar o clube da bancarrota e contribuir para o desenvolvimento desportivo do concelho através da instalação do primeiro relvado sintético e da reabilitação dos antigos balneários) abdicámos da presença nos campeonatos nacionais e reduzimos de 90 mil para 24 mil euros / ano, o contrato programa de desenvolvimento desportivo”.
Recorda Ricardo Lopes, “quase doze anos após a celebração desse acordo, apenas o relvado sintético foi implementado (os últimos dois mandatos desta direção 2019/21 e 2021/23 ficam marcados pela total ausência de obras no Campo Conde de Anadia), estando por concretizar todas as restantes benfeitorias, nomeadamente a construção de sanitários e bancadas cobertas”.
A situação torna-se ainda mais penosa para o clube, quando a este incumprimento, se junta o facto de, “presentemente, o clube receber menos 10 mil euros / ano, comparativamente com aquilo que recebia antes da celebração do referido contrato. Enquanto os nossos adversários viram reforçadas as comparticipações financeiras para responder ao aumento dos custos decorrentes da atividade desportiva e da inflação, o Desportivo de Mangualde para ser competitivo, vê-se obrigado a recorrer a outras fontes de financiamento e, quando não o consegue fazer, a acumular resultados económicos negativos, situação que consideramos insustentável”.
“Como tenho afirmado ao longo destes anos, o nosso clube é, e será sempre, um projeto inacabado. Não saio com a sensação de dever cumprido, mas sim, com a certeza de que apesar do muito que foi feito, muito está ainda por fazer. E fazer diferente já não é suficiente neste clube. É preciso fazer mais e melhor.
Um forte abraço e OBRIGADO a TODOS os que, desde 2007, me ajudaram a honrar o Grupo Desportivo de Mangualde”.
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