O presidente da Câmara de Viseu contestou um parecer da Direção Regional da Cultura sobre um parque de estacionamento, “com base nas hortas”, e assumiu que vai “até às últimas consequências” para a concretização do projeto.
“A Direção Regional da Cultura vem dar parecer desfavorável com estes argumentos: que [o espaço] devia ser para pomares e hortas, porque era uma zona de pomares e hortas. Eu questiono-me o que é que esta gente anda a pensar”, disse Fernando Ruas.
O presidente da Câmara lembrou que a cidade “tinha imensas hortas e pomares no que hoje é o centro” e, neste sentido, questionou “que cidade seria hoje com base nesta filosofia”.
Fernando Ruas apontou uma lista de locais no centro urbano que hoje são edificados e que, na sua altura de juventude, “eram pequenas hortas e terras de cultivo com algumas árvores” de fruto.
“Mas, se tivéssemos essa filosofia de que eram precisas as hortas, seguramente que era capaz de dar uma boa produção uma horta no parque da cidade e um bom pomar no parque de Santiago. Mas o que é isto? Eles é que são os donos da cidade”.
O autarca disse que, “atualmente, aquele espaço é, possivelmente, mais um enorme silvado que qualquer horta que já terá sido em tempos” e, por isso, vai “pedir uma reunião à direção regional da Cultura e de seguida ao ministro”.
“Vou até às últimas consequências e vou perguntar se gostam mais disto [de Viseu] do que nós. (…) Por um lado, tenho comerciantes e cidadãos, e bem, a apertarem-nos pela falta de acessibilidade ao centro histórico e, quando temos um projeto visto e com parecer favorável das entidades, a Cultura diz-nos isto”, atirou.
Fernando Ruas explicou que “o espaço não é visível”, já que fica nas traseiras das casas existentes na rua Silva Gaio, uma das artérias de acesso à Sé de Viseu, o ponto mais alto do centro histórico.
“A Câmara fez, inclusive, a adaptação de uma casa para não mudar a estrutura e manter a fachada, ficando o acesso ao parque por baixo do edifício em causa”, justificou.
Este parque de estacionamento “estava bem definido e era uma obra rápida” e foi anunciado por Fernando Ruas, aquando da inauguração de um outro parque de estacionamento, “que estaria pronto até ao final do ano”.
Agora, “está ameaçado com este parecer”.
Fernando Ruas disse ainda aos jornalistas que, em reunião com a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), assumiu o compromisso de “receber propostas dos promotores e discutir a possibilidade de alterar o regulamento, quer em tipologia como em preço, das esplanadas” no concelho de Viseu.
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