As comunidades intermunicipais (CIM) de Viseu Dão Lafões e da Região de Coimbra criticam os atrasos nas obras de requalificação do IP3 e defenderam uma alternativa que garanta, no futuro, perfil de autoestrada em todo a via.
“Queremos que o Governo nos diga, de uma vez por todas, qual o calendário de obras do IP3 [itinerário principal número 3], e queremos que sejam avançadas e estudadas soluções técnicas para o troço entre Penacova e Santa Comba Dão, incluindo Coimbra, onde há uma zona muito sensível que é a do Botão, para a qual não sabemos qual a verdadeira solução para essa zona, que é uma área bastante complicada”, afirmou aos jornalistas o presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, no final da reunião das duas CIM, que decorreu no seu concelho.
O autarca, que assumiu as funções de porta-voz, salientou que todos os municípios criticam os atrasos e derrapagem de prazos que as obras de requalificação do IP3 têm sofrido, desde o seu anúncio.
Para além disso, as duas CIM defendem que sejam avançadas soluções técnicas para o troço entre Santa Comba Dão e Coimbra, parte da via com “maiores constrangimentos” e onde não está previsto que haja duas faixas de rodagem em cada sentido em vários dos pontos dessa via.
“Nós queremos que o IP3 tenha duplicação de faixas. Não estamos a falar de uma autoestrada, mas de aproveitar o projeto em curso para haver duplicação”, realçou.
O presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, sublinhou que o objetivo da tomada de posição não passa por atrasar ainda mais o processo de requalificação daquela estrada que liga Viseu a Coimbra.
“Que se faça aquilo que está bem feito [nomeadamente, entre Santa Comba Dão e Viseu] e que se modifique um outro complemento em termos de itinerário”, disse, considerando uma “vergonha nacional” a ligação rodoviária entre aquelas duas cidades.
“Concluam aquilo que é para concluir e estudem condignamente o resto que falta”, frisou Fernando Ruas.
Já o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, em representação da CIM Região de Coimbra, salientou que “o que está a ser posto em causa é a coesão territorial”.
“Verificamos que esta obra está sempre a ser preterida e a ficar para trás em relação a outras que avançam. Foi isso que motivou as reuniões e levará, caso seja necessário, a intensificar a nossa intervenção para que a obra recupere dos atrasos e que se corrijam as anomalias que persistem”, afirmou.
As CIM irão avançar também com um pedido de reunião com o Governo para assegurar o perfil de autoestrada em todo o troço do IP3, referiram os autarcas.
A CIM da Região de Coimbra é constituída pelos 17 municípios que integram o distrito de Coimbra – Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares – e pelos municípios da Mealhada e de Mortágua, nos distritos de Aveiro e de Viseu, respetivamente.
A CIM Viseu Dão Lafões é constituída pelos municípios de Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela, no distrito de Viseu.
Lusa
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