O presidente da Câmara de Viseu considerou hoje “inacreditável que não se pense, de novo”, numa autoestrada que ligue a cidade a Coimbra, uma vez que há estrangulamentos no IP3 que as obras de requalificação não resolverão.
Fernando Ruas teve esta semana uma reunião com responsáveis da Infraestruturas de Portugal (IP), na qual ficou a saber que “todos os projetos que tinham sido anunciados” para o Itinerário Principal (IP) 3 – que liga Viseu a Coimbra – “estão atrasados”.
“Mesmo que comecem e acabem num tempo mais ou menos razoável fica sempre por resolver o estrangulamento da Livraria do Mondego, para o qual ainda não há solução. Portanto, é inacreditável que não se pense, de novo, na autoestrada entre Viseu e Coimbra”, disse aos jornalistas.
O autarca social-democrata tem “a certeza absoluta” de que, “em 2024, deve haver muitas obras que nem sequer começaram”.
O estrangulamento da Livraria do Mondego “ainda não tem nenhuma perspetiva de solução” e o mesmo acontece com outras obras que “aparentemente eram as mais simples”, referiu, dando como exemplo a ligação entre Viseu e Santa Comba Dão.
“O que é que percebemos? É que aquela declaração de impacto ambiental nas termas do Granjal, em Santa Comba, vai mesmo impossibilitar que se faça a tal variante que era uma excelente solução na zona de Treixedo”, lamentou Ruas, acrescentando que, assim, se manterá o afunilamento na ponte de Santa Comba Dão.
Por isso, concluiu: “podemos ter de forma atrasada um IP3 requalificado e com dois ou três pontos que não têm solução”.
O autarca, que já presidiu a Associação Nacional de Municípios Portugueses, questionou se há “cidades de interior tão importantes quanto estas que não estejam ligadas por autoestrada”.
“O Estado central, que tem que decidir, que diga: esta é a solução, e, portanto, que se defina de uma vez a solução, porque dá um jeitão andar a trocar constantemente de solução”, acrescentou.
Na reunião com a IP foi também abordada a promessa antiga de que todas as capitais de distrito terão comboio, tendo Fernando Ruas ficado a saber que “agora o problema é acertar as condições para haver uma velocidade razoável no território espanhol”.
“O que se diz é que estão altamente interessados em fazer isso, mas agora, pelos vistos, condicionaram isto a que o Governo espanhol modernize a linha entre Madrid e Cidade de Rodrigo”, criticou.
A interpretação que faz é a de que “todas as capitais de distrito terão acesso ao comboio, mas há de ser para as calendas”, uma vez que, até agora, “não há datas”.
Lusa
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