A diretora do Museu Nacional Grão Vasco (MNGV), em Viseu, disse que, entre as obras que decorrem e as intervenções a fazer no museu, vai ser investido cerca de um milhão de euros.
“Há três intervenções distintas para o [Museu Nacional] Grão Vasco. A primeira já está a decorrer e tem a ver com a recuperação das fachadas exteriores, a norte, poente e sul, para concluir a primeira fase, que parou em 2016”.
Agora é retomada essa “requalificação, que tem um orçamento de 128 mil euros”, indicou Odete Paiva.
A responsável referiu que, “atualmente, estão a ser feitos os levantamentos e projetos” para a intervenção que se segue e para a qual foi anunciado pelo Governo, na quarta-feira, um total de 726 mil euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Entre a obra que está a decorrer, os 726 mil euros agora anunciados no PRR para as intervenções no edifício e também para a questão digital, devemos estar a falar à volta de um orçamento de um milhão de euros”, contabilizou.
Dentro do orçamento de 726 mil euros, adiantou, estão “remodelações de sistema de ar condicionado, aquecimentos, correções térmicas”, ou seja, “questões mais ligadas aos circuitos de funcionamento” do edifício do museu.
Segundo a diretora, a “última grande intervenção” no MNGV aconteceu entre 2002 e 2004, numa obra do arquiteto Souto Moura. “Os equipamentos estão instalados há 20 anos e começam a dar bastantes problemas”, realçou.
“O que estamos a fazer é a substituição de equipamentos por uns mais recentes, também mais eficientes do ponto de vista energético e que não nos tragam tantos problemas de manutenção, como os que estamos a ter agora”, justificou.
Para esta intervenção, a diretora do Museu disse que “há uma fatia muito significativa desta verba que não vai ser percecionada pelos visitantes”, uma vez que o sistema vai continuar a funcionar, mas, “de forma mais eficiente para os próximos 20 anos”.
“Este novo sistema tem muito a ver também com as condições de conservação das obras, de habitabilidade do próprio edifício do museu e que vai ser substituído”, absorvendo “uma parte significativa da verba”, reforçou, ainda em declarações à agência Lusa.
Deste valor, acrescentou, ainda espera “ter verba para pequenas coisas que precisam de ser melhoradas e alteradas” para uma renovação museológica, como por exemplo, na comunicação e sinalética do espaço, que “é importante ser vista e refeita e torná-la mais inclusiva”.
Odete Paiva também espera ter orçamento para “a conservação de algumas obras” e para “colocar nas salas outras, que não estão visíveis”, tendo em conta as “doações muito significativas” que, entretanto, o Museu recebeu.
“Para além destes 726 mil euros, há um outro valor que tem a ver com a parte da digitalização, com o número de peças que vão ser digitalizadas e com a criação das visitas virtuais e isso é um valor separado de um projeto diferente e que o Museu Grão Vasco vai ser contemplado”, anunciou.
Apesar de ainda não conhecer o valor que está definido para este projeto, Odete Paiva confirmou que “há um bolo geral” para a Direção-Geral do Património e Cultura (DGPC) e, desse montante, “há uma fatia para o [Museu Nacional] Grão Vasco, que também vai ter visitas virtuais”.
“Ainda estamos a trabalhar no número de peças e na sua digitalização, mas se juntarmos este projeto à requalificação que está a decorrer e ao valor agora anunciado, estamos a falar de um orçamento total de cerca de um milhão de euros”, concluiu.
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