O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural disse hoje, em Nelas, que tem início em 2022 a intervenção nos polos de inovação no setor do vinho, nos quais se inclui o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão.
“A muito curto prazo vamos dar início à intervenção aqui [em Nelas], e no conjunto de centros do país. Essa é a parte da agenda do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] que está mais avançada”, disse hoje à agência Lusa Rui Martinho.
Feito isso, acrescentou, será feita, “em simultâneo, a agenda dos trabalhos para criar condições para que aqui se desenvolva a atividade de investigação, de experimentação e inovação e, sobretudo, de difusão desse conhecimento”, o lado “mais importante”, para o Ministério.
“O processo está a andar e está garantido que ao longo do próximo ano as obras, quer de investimento nas infraestruturas, quer, sobretudo, e é muito importante, dos equipamentos necessários para as atividades que aqui são feitas, vai ser uma realidade. Isso está assegurado e vai acontecer”, assegurou.
O governante falava à agência Lusa no final da cerimónia da abertura das comemorações dos 75 anos do Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão (CEV Dão), que tem sede em Nelas (distrito de Viseu), e cujo presidente da Câmara lamentou a ausência das obras prometidas em setembro do ano passado, aquando a visita da ministra da Agricultura e da Coesão Territorial.
O presidente da Câmara de Nelas, Joaquim Amaral, defendeu, durante a sessão comemorativa (que o secretário de Estado encerrou), que “urge que o centro de estudos tenha melhores condições e que continue a ter um papel principal na investigação e na transferência de conhecimento para os produtores”.
“Para alcançar este objetivo, é indispensável que se concretize o anunciado reforço do número de técnicos, de recursos humanos, bem como de recursos tecnológicos, que se proceda à requalificação dos edifícios, criando desta forma condições para vir a ser transformado num polo de investigação e inovação de referência”, apontou Joaquim Amaral.
O secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural disse à agência Lusa que o Ministério da Agricultura “em articulação com a Câmara Municipal” está a “preparar os projetos de arquitetura que é preciso e isso está a ser feito e é a primeira fase que vai avançar”.
Rui Martinho assumiu que o seu Ministério não quer fazer uma intervenção no centro de Nelas para melhorar as infraestruturas, mas sim “fazer uma intervenção que garante, de facto, que aqui vão ser feitas atividades que sirvam o setor do vinho, a região do Dão e a agricultura do pais”.
Para isso, disse que o Ministério “é o facilitador que dará suporte para que as instituições” envolvidas – a Escola Agrária de Viseu, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro, a Comissão Vitivinícola Regional do Dão e empresas do setor – trabalhem.
“Sobretudo, que sejam elas, em particular na área da produção e no conhecimento, que definam o plano de atividades e o que aqui vai ser desenvolvido. E isso para nós vai ser extremamente importante”, disse.
O governante deixou ainda a garantia de que “quem quer que venha a seguir” às eleições legislativas de 30 de janeiro “seguramente continuará a dar sequência a este projeto, porque é muito importante para o país” e, por isso, conta com um investimento de “cerca de 850 mil euros”.
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