A Feira da Maçã de Armamar conta este ano com “mais produção” e “melhor qualidade”, apesar do granizo de junho ter destruído cerca de 25% do fruto, que deverá sofrer um aumento no preço, disse hoje a organização.
“É um bom ano de maçã, para além de ter aumentado a qualidade do fruto, com alguma ajuda do São Pedro, com intervalos de chuva em junho e julho, o que acabou por contribuir para os bons níveis de qualidade”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Armamar.
João Paulo Fonseca lembrou que “o episódio extremo, também em junho, de granizo que afetou cerca de 25% da produção” não interferiu na quantidade do fruto e 2021 “é um ano de excelência para a maçã, quer em termos de produção, quer em termos de calibre e também em boas quantidades”.
“Há um aumento de produção em relação ao ano anterior e estamos esperançados, até porque os nossos fruticultores bem necessitam de terem um ano bom, porque nos últimos cinco tivemos sempre episódios de granizo que afetou a produção e penso que este será um bom ano”, perspetivou o autarca.
A maçã, que é a “rainha da feira”, certame que decorre entre sexta-feira e domingo, organizado pela Câmara Municipal e pela Associação de Fruticultores de Armamar, conta ainda com o “grande desafio da oscilação dos preços e dos mercados”.
“Estamos esperançados que o preço possa subir um pouco na maçã paga aos produtores, que estão no início desta cadeia comercial” e “são quase sempre” quem “menos rentabilidade tem do produto”, considerou João Paulo Fonseca.
O presidente da Câmara disse que a organização também está “esperançada que, este ano, e pela qualidade da maçã existente, que o preço ao produtor possa aumentar”, sendo “paga a melhores preços que em anos transatos”.
Um aumento que, no seu entender, “provavelmente será refletido no preço” de venda, uma vez que nesta cadeia “a comercialização é que baliza os preços e, havendo um aumento de preços ao produtor, naturalmente haverá um aumento de preços ao consumidor final”.
“Não só pelo aumento de preços ao produtor em si, mas também porque há custos de produção que têm aumentado, nomeadamente os combustíveis e a eletricidade, que é muito importante no preço ao produtor”, apontou.
O autarca lembrou que “os sistemas de armazenagem em frio consomem uma grande quantidade de energia” e, com estes aumentos, quer nos combustíveis, quer na energia, considerou que “é natural que isso se vá refletir no preço final”.
Com início no final da tarde de sexta-feira, dia 22 de outubro, a feira conta ainda com outros produtos do concelho, que integra a região do Douro, “como os vinhos, o azeite, os fumeiros, a doçaria tradicional e a gastronomia”.
“E é com este leque de ofertas que esperamos que as pessoas nos visitem. Temos programadas visitas aos pomares, estamos em plena apanha da maçã, e às unidades produtivas, temos tudo aquilo que é necessário para que as pessoas se possam sentir bem durante estes três dias”, defendeu o autarca.
Depois de em 2020 a feira se ter realizado apenas em formato digital, devido à pandemia, João Paulo Fonseca disse que, este ano, “estão reunidas as condições e está tudo pronto para que possa voltar ao formato presencial de forma segura”.
O certame conta ainda com espetáculos de palco, animação de rua “feita essencialmente com as associações culturais locais” e ainda “diversos seminários e colóquios com enfoco na maçã”, para que a feira “seja um centro de discussão e de inovação do setor”.
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