A Câmara Municipal de Viseu através do seu presidente, Almeida Henriques, manifesta a sua oposição e profundo desacordo ao projeto de “Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação Materna, da Criança e do Adolescente”, proposto pelo Governo e que se encontra em consulta pública.
Em concreto, a Câmara Municipal entende que a extinção do serviço de cirurgia pediátrica no Centro Hospitalar Tondela-Viseu constitui uma centralização injustificada destes cuidados de saúde, que são prestados com elevada eficiência e qualidade em Viseu, superando inclusive os rácios de serviço impostos pela política preconizada pelo Governo. Com dois especialistas em cirurgia pediátrica apenas, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu garante mais de 500 intervenções cirúrgicas por ano e cerca de 2500 consultas.
Segundo Almeida Henriques, “este esvaziamento não é economicamente racional nem socialmente aceitável, e vem em manifesto prejuízo do acesso das populações da cidade-região de Viseu, assim como da promoção de um ambiente propício à natalidade”.
O autarca recorda que “a influência do Hospital de São Teotónio é mais do que intermunicipal e distrital, abrangendo também populações de concelhos de distritos da Guarda e Castelo Branco”, influência geográfica e populacional que não tida em conta no projeto.
A medida de extinção deste serviço de cirurgia pediátrica contraria a própria política defendida pelo Governo, segundo a qual a cirurgia pediátrica deve ser praticada em contexto de ambulatório. Ora, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu é a unidade hospitalar do Serviço Nacional de Saúde com maior percentagem de cirurgia do ambulatório para procedimentos enquadrados nesta modalidade (91,3%).
A Câmara Municipal de Viseu contesta ainda a redução de efetivos médicos em serviços de pediatria no Centro Hospitalar Tondela-Viseu preconizada pelo projeto em causa, assim como a transferência do único profissional especialista em cardiologia pediátrica.
Comente este artigo