O ministro do Ambiente disse hoje que a obra de 1,4 milhões de euros nas Termas de São Pedro do Sul é mais do que a construção do açude, tratando-se, antes, de todo um arranjo das margens do Rio Vouga.
“Sabemos que o Rio Vouga, como qualquer rio muito caudaloso, traz muitas surpresas. Ainda que globalmente chova menos, existe um risco maior de chover mais em períodos mais concentrados do tempo e, para isso, é fundamental agir com tempo e preparar estes territórios”, defendeu João Pedro Matos Fernandes.
Para isso, a construção do açude nas Termas de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, vai permitir que “as águas escoam livremente” e, nesse aspeto, “o açude ser rebatível é muito importante, para quando vier uma grande quantidade de água, o açude desaparece e o curso do rio é natural”.
Mas, defendeu o ministro, “é fundamental, até para criar alguma amenidade climática que, durante o período do estio, exista água na vila de São Pedro do Sul” e, para isso, foi descerrada hoje a primeira pedra da construção do novo açude.
“Isto é muito mais do que um açude. (…) É todo o arranjo das margens desde onde estivemos no balneário romano até aqui, ao velho açude e onde haverá um novo, a iluminação cénica da ponte, a retirada daquela conduta de saneamento que ali está que não melhora em nada a ponte e é a recuperação deste espaço magnífico“, sublinhou Matos Fernandes.
Do Fundo Ambiental, a Câmara de São Pedro do Sul recebe “cerca de 1 milhão”, uma vez que é um dos quatro projetos que a nível nacional ganhou o apoio deste fundo por intervenções em recursos hídricos, a par do Porto, Vila Real e Olhão.
“Este espaço é um espaço termal de grande qualidade, com uma história ainda por escrever e por isso é fundamental preparar estes territórios para o seu futuro termal e para o seu futuro urbano, para bem de quem cá vive, de quem cá trabalha e para bem dos muitos que cá vêm”, defendeu o ministro.
No dia em que o ministro, e a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, descerraram a primeira pedra da construção do açude, o presidente da Câmara, Vítor Figueiredo, não escondeu a satisfação por estar a dar início à terceira etapa, de quatro, do projeto.
“A obra tem diversas componentes e algumas já foram feitas. Uma foi o desassoreamento do espaço onde estamos (…), depois é a montagem de medidores de caudal que colocámos ao longo dos rios que fazem escoamento aqui para o Vouga“, explicou Vítor Figueiredo.
Isto para, explicou, “a tempo e horas se saber quando é que há cheias, que era uma coisa que não existia e, a partir deste momento,” o município está “em condições de saber quando é que haverá cheias e a que horas acontecerá” na zona das termas.
“Isso está feito. A mais importante e a mais estrutural é a construção do açude que vai substituir o que existe e que está completamente obsoleto e ultrapassado, com a construção de novas comportas elétricas e hidráulicas que, ao mesmo tempo, vai fazer o escoamento pela parte de baixo do rio”, explicou.
Com isso, acrescentou, “irá fazer com que todos os inertes que se vão acumulando vão escoar e sair arrastados pela água”, da mesma forma que “irá ter mais quantidade de saída de água evitando, por sua vez, que haja cheia nesta zona” das termas.
Sem data de terminar esta obra, uma vez que se encontra,” atualmente, na fase final do Tribunal de Contas”, explicou o autarca, o projeto culmina com a construção de uma quarta fase que contempla a construção de um passadiço na zona do Carvalhedo, “evitando assim que as pessoas circulem pela estrada”.
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