O grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre o atraso no processo de recuperação ambiental no couto mineiro da Urgeiriça, no concelho de Nelas, que está a preocupar moradores e antigos trabalhadores.
Recentemente, o grupo parlamentar do PCP recebeu a direção da Associação dos ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU), que se mostrou preocupada com “o atraso na recuperação do passivo ambiental”, atendendo ao seu “elevado nível de perigosidade, derivado do potencial radioativo” do urânio que foi explorado durante décadas.
Entre as queixas está “a exigência à EDM [Empresa de Desenvolvimento Mineiro, que gere as áreas mineiras estatais] da descontaminação química e radiológica, bem como a requalificação ambiental de todo o perímetro circundante à antiga mina e a retirada da Urgeiriça do urânio que ali continua armazenado”, refere.
Segundo o PCP, também “a lentidão das obras de recuperação ambiental das habitações no bairro mineiro da Urgeiriça tem gerado a preocupação e a indignação dos moradores e ex-trabalhadores”.
O grupo parlamentar lembra que é necessário fazer uma descontaminação das casas, uma vez que elas foram construídas com pedras retiradas da mina, “com altos teores de radioatividade”.
A ATMU defende também “a necessidade de perpetuar, em estrutura museológica adequada, a memória e a importância social, antropológica e económica que se desenvolveu em torno da exploração do urânio”, acrescenta.
O PCP lembra que a família mineira abrange igualmente pessoas que trabalharam noutros locais de exploração, como nos concelhos de Mangualde, Guarda ou Niza, e que “têm direito a viver em zonas ambientalmente sadias”, cabendo ao Governo “tomar todas as medidas para que isso seja realidade o mais rápido possível”.
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