O município de Penedono proporcionou à população testes rápidos em nome da “saúde mental das pessoas” e para detetar focos de propagação, de forma a “tentar controlar” a pandemia no concelho, disse o presidente da Câmara.
“Foi uma ação muito em nome da saúde mental das pessoas, porque eu preciso que a minha comunidade esteja bem, saudável mentalmente, e também para distinguir quem está positivo e negativo”, afirmou à agência Lusa Carlos Esteves.
O autarca adiantou que tem “gritado por todo o lado”, defendendo que “quem está negativo, não pode ter a sensação, a ilusão de que está bem e à vontade para fazer o que quer — pelo contrário, tem até uma responsabilidade acrescida na obediência às regras” de segurança.
Neste sentido, Carlos Esteves pensou “se haveria ou não de avançar com esta ação de testar de forma voluntária” a população residente no concelho, mas acabou por avançar, por considerar “ser pertinente para detetar possíveis focos de contaminação”.
“É importante para podermos atuar e tentar controlar a propagação do vírus. Temos pessoas que testemunharam a surpresa de terem dado positivas, porque nunca sentiram nada e agora vão isolar-se”, registou.
Carlos Esteves contou que também teve casos de “pessoas que não quiseram fazer, mas os filhos testaram positivo” ao vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, e, perante isso, a autarquia “apelou a que os pais realizassem o teste. E tivemos resultados positivos” entre esses pais.
“Com estes resultados, que não fazem parte dos números oficiais da DGS [Direção-Geral da Saúde], é possível isolar as pessoas e evitar que andem a contaminar outras e este era um dos nossos grandes objetivos, acabar com a propagação involuntária do vírus”, realçou.
Em todo o concelho foram realizados 1.407 testes rápidos, dos quais resultaram um total de 66 casos positivos e, segundo informações da DGS, nesta segunda-feira, Penedono regista 95 casos ativos e, por isso, “o mais certo é nos próximos dias o número disparar, quando forem somados” estes testes feitos pela autarquia.
“Lamento imenso que tenham sido feitos tão poucos [testes], gostaria de ter um diagnóstico do concelho maior e melhor, mas é o que tenho e já me permite trabalhar para minimizar qualquer convulsão da pandemia junto desta população, mesmo sabendo que não consigo evitar nada”, salientou.
Sem querer revelar o valor financeiro desta ação de testagem, o presidente disse que “não há investimento nenhum que se faça que tenha mais valor do que a proteção da saúde das pessoas” e, por isso, “nunca estará em causa o valor do gasto”.
O edil “desejava fazer mais ações destas e o ideal seria fazer todas as semanas ou de 15 em 15 dias”, mas “não pode fazer, porque não há capacidade humana” para a sua realização.
“Infelizmente” não se realizará idêntica operação brevemente “porque não há capacidade de resposta, não há equipas, para a fazer de forma planeada como eu queria, mas vamos ver o que ainda pode acontecer, para continuar a isolar quem está positivo de quem está negativo”, rematou o autarca.
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