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Espetáculo partilha resultado de residências artísticas em aldeias de Viseu

O resultado de um programa de residências artísticas desenvolvidas durante a pandemia de covid-19 em três freguesias do concelho de Viseu vai ser partilhado com o público, no Teatro Viriato, na sexta-feira e no sábado.”Desgarradas e meadas de onde não se vê o fim”, da associação cultural Nicho, é o produto final do projeto “Diálogos”, que foi desenvolvido entre março e setembro de 2020, nas freguesias de Calde, Cavernães e Côta.

“Foram residências artísticas de três pares de artistas, um mais jovem e outro mais experiente, que resultaram em três performances completamente distintas. Agora, há uma espécie de fusão destes três universos numa nova criação”, explicou à agência Lusa Graeme Pulleyn, responsável pela coordenação artística do espetáculo.

Graeme Pulleyn lembrou que o ponto de partida foram entrevistas feitas nas aldeias a pessoas mais velhas, sobre as suas histórias de vida.

Segundo o ator e encenador, as temáticas que foram surgindo “giram à volta da fome e do sofrimento, do trabalho, da aprendizagem, da procura de um sentido na vida e de uma vocação, e também do ócio, das festas, das viagens, das excursões e dos tempos livres”.

“Todos os projetos foram criados em plena pandemia e apercebemo-nos de que este facto teve uma influência muito grande. É isso que acaba por unir os três universos neste só espetáculo, que é um ensaio sobre a festa, a celebração, a necessidade de as pessoas se juntarem em tempos de crise”, frisou.

Em palco, estarão seis criadores/intérpretes multifacetados, nomeadamente César Prata, Dennis Xavier, Emanuel Santos, Joana Martins, Joana Pupo e Patrick Murys.

“Há um encontro de todos em palco, em que os músicos dançam, os atores cantam e os bailarinos tocam, se for preciso”, afirmou.

Graeme Pulleyn salientou que o espetáculo “Desgarradas e meadas de onde não se vê o fim” é, “acima de tudo, um projeto de exploração, de laboratório, de experimentação e depois de partilha”.

“Vamos partilhar um processo de trabalho e as descobertas que fomos fazendo, que têm a ver com estes conteúdos e com os diálogos entre os mais novos e os mais velhos, entre a zona urbana e a zona rural e entre o artista performativo e o meio em que se inspirou”, acrescentou.

Atendendo à pandemia, não estão previstas outras apresentações para além das marcadas para sexta-feira e sábado, no Teatro Viriato.

“Para já, vamos viver estes momentos em pleno, porque não podemos adiar a festa, a festa tem que fazer parte da nossa vida”, afirmou o responsável, salvaguardando que “a festa tem que acontecer de uma forma responsável e ajustada aos tempos”.

Na sua opinião, é fundamental “encontrar formas de andar para a frente, incluindo formas de festejar, de imaginar, de projetar um futuro e de procurar de forma criativa soluções para os grandes problemas que a vida apresenta neste momento”.

“Diálogos” é um projeto financiado pelo município de Viseu, que tem como principal objetivo valorizar o espólio oral e o património imaterial das freguesias de baixa densidade, através da criação de novas dramaturgias que assentam na recolha de histórias e memórias locais e do envolvimento da comunidade na criação artística.

 

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