O vice-presidente da distrital do CDS de Viseu, Cristiano Coelho, anunciou hoje que se demitiu do cargo, acusando o partido de não “respeitar a autonomia dos órgãos distritais”.
Em comunicado, Cristiano Coelho, que era vice-presidente de Francisco Mendes da Silva, afirmou que o partido deixou de “respeitar a autonomia dos órgãos distritais, envolvendo os seus dirigentes nacionais em campanhas de ódio e de destruição do caráter de todos aqueles que tiveram ligação ao passado”.
No entender do ex-dirigente centrista, que esteve também ligado à direção distrital de Hélder Amaral e é vereador do CDS em Moimenta da Beira, as estruturas estão abandonadas pela direção nacional e o partido está “desligado das pessoas, do país e da realidade”.
Cristiano Coelho alega que a demissão do cargo era “inevitável e inadiável”, afirmando que o CDS-PP “vive hoje mais preocupado em defender as touradas, do que em afirmar uma estratégia sustentada para o equilíbrio demográfico, através da proteção social das famílias, da natalidade e dos mais frágeis da sociedade”.
Na sua carta de demissão, divulgada à comunicação social, refere estranhar o facto de existir no partido um “grupo de pessoas sectárias que não aceitam a pluralidade no espaço político da direita, pretendendo transformar o CDS num partido de contestação”.
Por “respeito pela história do partido”, Cristiano Coelho disse que manterá a filiação partidária, estando comprometido com uma candidatura de coligação às eleições autárquicas de 2021 em Moimenta da Beira.
Questionada sobre as críticas do agora ex-vice-presidente da distrital de Viseu, a secretaria-geral do CDS recusou as acusações e destacou que o presidente do partido “tem feito das ruas o seu escritório” e que uma das prioridades do partido, que tem sido reforçada por Francisco Rodrigues dos Santos, é proteger as famílias e os idosos.
A secretaria-geral do CDS-PP frisou igualmente que os “secretários-gerais adjuntos têm estado disponíveis e têm ido ao terreno” e que o partido tem “reforçado a malha de implantação”, com “mais de 80 eleições” para as estruturas locais “neste mandato”, e que no “processo autárquico está a ser respeitada a voz das concelhias”.
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