O presidente da Câmara de São Pedro do Sul, disse que “há muito tempo que trabalha” para liderar o projeto cidade da água no âmbito do programa Ciência Viva.
“Ser São Pedro do Sul a liderar um projeto de cidade da água tem todo o interesse e posso dizer que, neste momento, estamos a trabalhar nisso há muito tempo”, disse à agência Lusa Vítor Figueiredo.
Na apresentação pública de dois projetos para o concelho – ‘Montanhas de Água’ e ‘Quinta da Água – Um laboratório vivo da água’, no Parque Urbano das Nogueiras, na sede do concelho, o autarca explicou o que tem sido feito para o município ser cidade da água.
“Temos investido milhões, com dinheiros de fundos comunitários, mas também com dinheiros próprios, no que diz respeito ao ciclo da água e estamos a falar na captação de água de abastecimento público às populações, nas redes de saneamento e na despoluição dos rios”, enumerou.
No que diz respeito à despoluição dos rios, Vítor Figueiredo adiantou que, “dentro de um ano, o rio Vouga, o principal do concelho, e o rio Sul estarão totalmente despoluídos”.
“O rio Vouga se calhar numa fase mais rápida, o rio Sul, um pouco mais atrasado, mas no prazo de um ano podemos ter estes dois principais rios completamente despoluídos, até porque já temos muitos daqueles rios de serra muito bons e queremos fazer com que o nosso concelho seja livre de poluições”, afirmou.
Os dois projetos hoje apresentados têm em comum o seu mentor, Luís Ribeiro, que morreu em abril, antigo vice-presidente da Associação Fragas-Aveloso.
“Especialista de renome internacional na área das águas subterrâneas, hidrogeologia e recursos hídricos, área à qual dedicou toda a sua carreira académica e profissional, [Luís Ribeiro] era um cientista que conseguia combinar diversas áreas do saber com a parte científica da água”, adiantou a presidente daquela associação ambientalista, cultural e científica.
Manuela Tavares referiu que “o professor Luís Ribeiro incentivou muito a que este concelho investisse bastante na água como recurso” uma vez que, além das águas termais, “ele defendia que era preciso muito mais, porque a região é rica em água”.
“Ele costumava dizer que naquela zona de Aveloso eram montanhas de água, porque tem imensas minas, água subterrânea e apesar das secas que aconteceram em regiões do país, nos últimos anos, ali nunca faltou”, observou Manuela Tavares.
Os dois projetos da autoria de Luís Ribeiro “ainda estão na fase embrionária, ainda não estão orçamentadas e ainda procuram parceiros e mais ideias”, adiantou.
Apresentado pelo docente universitáro João Nascimento, o projeto “Montanhas de Água” tem como área piloto a freguesia de Sul e pretende, entre vários objetivos, identificar minas, fazer o seu inventário e conhecer a qualidade da água, para depois reabilitar essas minas com o intuito de ter um sistema de otimização da água. O projeto tem como parceiro o Instituto Politécnico de Viseu.
Sobre a ‘Quinta da Água — Um laboratório vivo de água’, Paula Chainho, também professora universitária, explicou que, entre as várias atividades programadas, “há três vertentes importantes”, como a criação de um centro de interpretação no Parque Urbano das Nogueiras, junto ao rio Vouga.
“Também queremos laboratórios de água, para que as crianças e estudantes e a população no geral possam fazer experiências ligadas à água, e caminhos de água, ou seja, percursos que se possam percorrer relacionados com a água subterrânea, de superfície e termal”, sintetizou.
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