Sernancelhe tem na fachada da igreja matriz “a mais antiga representação artística de Santiago conservada em Portugal” e, por isso, o Centro Histórico da Vila é agora ponto de passagem obrigatória dos peregrinos que percorrerem o Caminho de Torres, idealizado em homenagem a Diego Torres, professor catedrático de Salamanca, que esteve exilado em Portugal e realizou este percurso no ano 1737, daí a denominação com o seu nome.
A rota une Salamanca a Santiago de Compostela e tem cerca de 567 quilómetros que pode ser dividida por 23 etapas. Ao longo do percurso são percorridos caminhos ancestrais de Portugal e Espanha, atravessando cidades que fazem parte do Património Mundial da UNESCO. Este Caminho passa por Sernancelhe, depois de entrar pelo Concelho na Ponte do Abade, com passagem pelos soutos da Seara, Vila da Ponte e Penso.
A sinalética deste percurso, que chega a Sernancelhe vindo de Trancoso e segue depois para Moimenta da Beira e Lamego, enquadra-se na operação – “Valorização Cultural e Turística do Caminho de Santiago – Caminho de Torres”, submetida pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, na modalidade de Co promoção entre a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, a Comunidade Intermunicipal do Ave, a Comunidade Intermunicipal do Cávado e a Comunidade Intermunicipal do Douro, com um montante de investimento de 1 063 275,87€, com uma comparticipação comunitária de 903 784,49€ e uma contrapartida nacional de 159 491,38€, foi aprovada pelo NORTE 2020 a 07-10-2016 e o termo de aceitação assinado a 03-11-2016.
Este projeto tem como objetivo a valorização cultural e turística do Caminho de Torres, enquanto um dos quatro itinerários jacobeus estruturados em Portugal. Para além disso, é o único trajeto que junta, num mesmo caminho, localidades tão importantes para o imaginário medieval jacobeu como Tarouca, Amarante, Guimarães, Braga e Ponte de Lima.
O reconhecimento nacional e internacional do Caminho de Torres é o principal objetivo desta candidatura. Para tal, foi necessário um diagnóstico prévio ao itinerário e o seu reconhecimento, para que se procedesse à implementação de sinalética, à proteção, valorização e conservação deste bem patrimonial e à definição do plano de promoção plurianual.
Este projeto, de natureza imaterial, contemplou três ações: uma relativa ao Estudo e Identificação do Caminho de santiago – Caminho de Torres, outra relativa à valorização e requalificação do traçado do Caminho de Torres e, por último, uma ação de promoção, divulgação e monitorização desse mesmo Caminho de Santiago.
Esta rota será alvo de um conjunto alargado de ações de comunicação, informação e divulgação do Caminho de Santiago – Caminho de Torres considerando que este é um vetor estratégico de sucesso em qualquer projeto.
É através desta ação que será possível comunicar com os públicos-alvo e garantir a ampla disseminação do Caminho, bem como atingir níveis elevados de participação nas ações que venham a ser implementadas. Serão realizadas apresentações públicas, ações de sensibilização junto da comunidade local, um congresso internacional, campanha publicitária e de marketing digital, ferramentas digitais, materiais de informação, um livro de prestígio e registo fotográfico.
Toda a estratégia promocional definida nesta candidatura será integrada e articulada a nível regional e nacional com as entidades que promovem os Caminhos de Santiago, nomeadamente a Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Direção Regional da Cultura do Norte e o Turismo de Portugal.
O objetivo das entidades promotoras deste percurso de Santiago passa igualmente por respeitar a história dos peregrinos de todo o mundo que, partindo dos locais mais longínquos, rumam a Santiago de Compostela, para venerar o apóstolo Tiago. Por razões de fé, motivações culturais ou apenas pelo desafio, muitos são os que decidem fazer o Caminho.
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