O presidente da Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) teme o encerramento de empresas com pouca capacidade financeira, devido ao problema de falta de matéria-prima que se agravou com os incêndios de outubro de 2017, que atingiu também o concelho de Tondela, no distrito de Viseu.
Em declarações à agência Lusa, Vítor Poças referiu que “os incêndios de 2017 agravaram muito a situação de escassez de matéria-prima que já se vinha a fazer sentir há bastante tempo”, o que o leva a traçar um cenário pouco animador para o setor.
“Muito provavelmente, algumas empresas com menor capacidade financeira encerrarão, outras poderão eventualmente passar a prestar serviços de serragem”, referiu o presidente da Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal, acrescentando que “o número de trabalhadores pode via a diminuir”.
Por outro lado, segundo o responsável, “com o aumento da importação de matéria-prima, o valor acrescentado nacional do setor irá sofrer uma redução drástica”.
Vítor Poças explicou que a falta de matéria-prima afeta diretamente “o corte e abate dos pinheiros, a logística do pinho, a primeira transformação do pinho (serrações e fábricas de painéis), a transformação de produtos ou subprodutos de pinho noutros produtos de valor acrescentado e o fabrico de produtos especiais de pinho”.
Na sua opinião, “no curto prazo, a indústria de serração não vai ter madeira suficiente” para laborar.
O presidente da Associação diz que é necessário “equacionar soluções para a falta de matéria-prima nas serrações, que podem passar pela deslocalização da produção nacional, pela importação de madeira, enquanto a floresta portuguesa é reestruturada e cresce”, defendeu.
Em caso de necessidade, “estas soluções deverão ter um caráter transitório, até que a floresta portuguesa retome os níveis de produção necessários”.
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