O atual concelho de Sátão, situado a nordeste de Viseu, sulcado por três rios Vouga, Sátão e Côja, oriundos da Serra da Lapa e seus contrafortes, constituiu-se em 1834, com a união de seis velhos concelhos, remontando quatro deles à época Medieval: Sátão, Ferreira de Aves, Gulfar e Rio de Moinhos e dois, Silvã de Cima e Ladário ao Século XVI.
O primitivo concelho de Sátão é antiquíssimo e teve o seu primeiro Foral, outorgado a 9 de maio de 1111 pelo Conde D. Henrique, sua esposa e o Imperador de Toledo encontravam-se no Sátão.
Foi o segundo Foral, ou talvez o primeiro, concedido em toda a Beira Alta, só precedido pelo de Mangualde (Azurara), e antes dos Forais de Viseu e de todas as outras vilas do Distrito.
A expressão “por nos terdes recebido e agasalhado na vossa casa” deixa clara a afabilidade e a benquerença que o casal sentia pelo município, a Carta de Foral, um diploma de autonomia e dos laços de ligação com o poder central, tem a feição de uma recompensa e agradecimento pela lealdade e deferência com que os habitantes de Sátão os tinham recebido e tratado em suas próprias casas.
O município de Sátão foi contemplado há nove séculos com a sua primeira carta de foral, tendo nos dias de hoje perdido o seu caráter jurídico passando assim a ser um objeto cultural. Através do foral ficamos a conhecer uma parte da história do município, uma vez que este testemunho escrito preserva uma memória que respeita os estratos sociais privilegiados e aos temas que estes consideravam significativos.
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