O presidente da Câmara de Tondela manifestou desagrado por o Ministério da Cultura ter ignorado as propostas enviadas pelo município, aquando da abertura da discussão pública sobre as novas regras de apoio às artes.
Segundo um comunicado divulgado após a sessão, o autarca manifestou “preocupação por o caminho da corresponsabilização entre atores locais e nacionais (públicos e privados), que vinha a ser seguido de forma a garantir o acesso à dinamização e criação cultural da comunidade, seja desta forma desvalorizado”.
O município disse que “a solução apresentada pelo Ministério da Cultura é, claramente, um prémio aos projetos sem preocupação de ligação ao local onde se desenvolvem e a desvalorização do papel dos municípios enquanto agente/parceiro na promoção e desenvolvimento de projetos” culturais.
“É incompreensível para o município de Tondela a revogação deste ponto. Contrariamente ao que se possa pensar, o apoio de um município como o de Tondela a um projeto como a ACERT [Associação Cultural e Recreativa de Tondela] não o é pelo seu caráter local, mas sim pela sua capacidade cosmopolita de trazer até Tondela, ou levar para fora de Tondela, uma ideia de território inclusivo, em que a cultura tem um papel fundamental”, alegou o autarca.
A Câmara de Tondela apontou ainda o dedo ao facto de se retirar aos projetos o seu alcance social, os índices de abrangência e a participação pública.
No decorrer da reunião, o presidente do executivo mostrou-se ainda “preocupado com o facto de estes regulamentos não preverem, em nenhuma circunstância, mecanismos de discriminação positiva para os territórios de baixa densidade”.
Os apoios financeiros destinam-se a vários momentos da atividade artística, como criação, programação, internacionalização, circulação de obras, residências e interpretação.
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