O empenho do piloto em cumprir a missão de combate ao incêndio, ignorando o risco de voar próximo de cabos de alta tensão, originou a queda do helicóptero, em agosto de 2017, em Castro Daire, Viseu, concluiu a investigação.
O piloto, de 51 anos, morreu na sequência da queda, após o helicóptero embater em cabos de alta tensão ativos e se incendiar no solo, quando combatia um incêndio florestal na freguesia de Cabril, a 20 de agosto do ano passado.
O relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, refere que, “apesar de o fogo florestal deflagrar muito próximo das linhas de alta tensão”, o piloto, português e com 965 horas de experiência de voo, após desembarcar a equipa de cinco bombeiros num local seguro no topo do monte, “decidiu prosseguir com a missão” de combate ao incêndio.
O fogo deflagrava numa floresta de eucaliptos, num desfiladeiro entre dois montes e uma linha de transporte de energia de alta tensão, provenientes dos aerogeradores [ventoinhas] próximos e que cruzavam o vale.
A causa provável determinada pelos investigadores para o acidente “foi o embate do rotor de cauda com os cabos de alta tensão” no momento em que o piloto voava “intencionalmente a baixa altitude durante a operação de combate ao incêndio florestal”.
O relatório final conta que o helicóptero descolou às 10:52 de 20 de agosto da base instalada na vila de Armamar, distrito de Viseu, levando a bordo uma equipa de cinco bombeiros.
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