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Penalva do Castelo: 1º espetáculo “Pontes perenes sobre águas temporárias”

“Pontes perenes sobre águas temporárias” é um projeto na forma de concerto multidisciplinar de ativação multisensorial e antropológica de pontes do território de Viseu Dão Lafões, usando todo o contexto envolvente, as características arquitetónicas das pontes e histórias locais para gerar experiências únicas e irrepetíveis.

O primeiro espetáculo de “Pontes perenes sobre águas temporárias” decorre nas margens do rio Dão junto à ponte de Trancozelos no concelho de Penalva do Castelo) este sábado, 15 de setembro pelas 18h00,

O evento no contexto do qual serão ativados os sons da paisagem envolvente, serão contadas histórias locais da ponte e será feita uma homenagem à forte tradição musical do concelho, com a presença de músicos locais, entre os quais membros da Banda Musical e Recreativa e do rancho folclórico de Penalva do Castelo.

A ponte de Trancozelos é uma ponte de origem medieval totalmente construída em granito em que o tabuleiro assenta em dois arcos de volta perfeita assentes em pilar protegido por talhamar triangular, a montante. O tabuleiro possui pavimento lajeado, mantendo, em algumas zonas, as guardas plenas em cantaria, surgindo, para jusante, duas gárgulas para escoamento das águas pluviais.

Prolongando-se em pequena distância para um dos lados, o provável troço da antiga via. Do lado noroeste da ponte implanta-se um nicho composto por blocos em cantaria de granito aparente com a seguinte inscrição:

Sabemos, assim, que o nicho foi mandado fazer por Tomé Rebelo de Campos Falcão, de Lizei, Sargento-Mor do concelho, em 1735. As esmolas eram para missas das almas.

Sabe-se que em 9 de Janeiro de 1729 o mestre pedreiro Pascoal Gonçalves Guerreiro tomou, em sociedade com António Ribeiro, a obra da ponte, não estando a mesma concluída em 1732 por falta de oficiais requisitados para as obras do Convento de Mafra, segundo o pároco da altura.

A Ponte dava acesso à margem esquerda do Dão, servindo não só o Mosteiro do Santo Sepulcro, como também as aldeias de Trancozelos e Trancozelinho e o acesso à freguesia de Germil e Real, e daqui à estrada real Viseu-Guarda, que passava por Quintela de Azurara.

A fundação do Mosteiro de Santo Sepulcro, o primeiro da Península Ibérica desta ordem canónica e militar, deve-se à iniciativa de D. Teresa e remonta ao início da nacionalidade.

O mosteiro e a povoação, que então passou a ser denominada por Vila Nova do Santo Sepulcro, cresceram durante as centúrias seguintes, beneficiando dos bens que lhe foram sendo doados.

A este ciclo positivo sucedeu um outro, de decadência, que conduziu o mosteiro à dependência da Comenda de Sezures que, em 1492, ainda mantinha a ligação à segunda casa da Ordem do Santo Sepulcro, sediada em Águas Santas.

Todavia, uma bula pontifícia de 1489 ordenara já a união do mosteiro do Santo Sepulcro à Ordem de Malta, razão pela qual se observam várias cruzes, características destes cavaleiros, na antiga cerca monástica. Com a extinção das ordens religiosas, em 1844, a propriedade foi adquirida pelos Albuquerque, da Casa da Ínsua.

 

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