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Câmara de Viseu “defrauda” expectativas das crianças

Na semana passada, as hortas que se encontravam na praça 2 de Maio, criadas no projecto educativo ‘Rega, Recolhe, Replanta’, no âmbito do evento multidisciplinar Jardins Efémeros, foram destruídas numa operação de mera cosmética para a realização do Europeade, realça em comunicado o Bloco de Esquerda de Viseu.

O projeto de alimentação saudável, pretendida transmitir às crianças a importância e a responsabilidade das escolhas alimentares. Aquela que foi uma iniciativa educativa que pôs as crianças do Agrupamento de Escolas Grão Vasco a plantar hortícolas e ervas aromáticas, deveria ser um ciclo completo.

Para o BE as crianças que plantaram os vegetais deveriam colhê-los e transformá-los em alimentação. Estaria previsto que esta horta biológica e pedagógica, fosse mantida até 15 de Setembro pela Câmara Municipal, data em que os caixotes seriam entregues às escolas para continuarem o processo.

No entanto, salienta do BE que as espécies hortícolas foram arrancadas dos caixotes em que estavam plantadas e substituídas por flores decorativas, nos caixotes ainda se pode ver a identificação das turmas. Muitas das crianças, pais e educadores envolvidos no projecto, sentem-se defraudados com esta atitude de desrespeito para com quem ali depositou o seu empenho, refere o mesmo comunicado.

O simbolismo da atitude é gritante diz o BE, se se considerar que na para a praça 2 de Maio “são os sabores da região que sobem a palco” e está mesmo anunciado chamar-se ‘Praça da Alimentação’ durante o evento Europeade.

Propaganda alimentícia da CMV diz Bloco de Esquerda

Da propaganda que acolhe várias iniciativas de promoção de alimentação saudável, até à alimentação servida pelo município nas escolas da sua responsabilidade, vai uma grande distância.

Em 2017 o município de Viseu colaborou com uma iniciativa amplamente divulgada na comunicação social, Minuto Azul, que terá atingido “3405 crianças e famílias e 225 profissionais de cinco agrupamentos de Viseu”, durante esse período e até ao momento, a alimentação das crianças das escolas sobe tutela da CM tem sido alvo de inúmeras queixas, tendo já o BE dado voz às famílias que não se resignam com a falta de qualidade das refeições servidas pelas empresas contratadas pelo município, tendo a deputada municipal do BE levado o assunto à Assembleia Municipal.

Trata-se portanto, por parte do executivo municipal, de iniciativas de propaganda e não de interesse genuíno pela boa alimentação das crianças do município. Achamos da maior importância todas as iniciativas de sensibilização, consciencialização e formação da sociedade civil e achamos que as mesmas não devem ser efémeras e devem ser acompanhadas de atos de quem tem responsabilidade governativa no concelho.

Como em outras áreas da governação deste executivo, trata-se de muito esforço de comunicação e pouco da resolução dos problemas.

A Câmara de Viseu em comunicado esclarece:

1 – O jardim alimentar instalado provisoriamente no Mercado 2 de Maio integrou o projeto cultural  “Jardins Efémeros”, que conta com o financiamento municipal no âmbito do programa VISEU CULTURA.

2 – Conforme acordado com a organização do evento, os serviços da Câmara Municipal passaram a assumir a responsabilidade direta  pela manutenção daquela arquitetura, tendo-se acordado e assumido a necessidade de substituição do jardim alimentar no final do evento por novas plantas, uma vez que a renovação e manutenção do mesmo se tornariam inviáveis no período subsequente e ao longo do Festival EUROPEADE.

3 – O acordo prevê também a entrega das componentes da estrutura às escolas participantes em setembro, ainda antes do arranque do ano letivo.

4 – O Município de Viseu esclarece ainda que, aquando da substituição realizada esta semana no Mercado 2 de Maio, verificou-se que a generalidade dos produtos hortícolas ali plantados não se encontravam já em condições de serem consumidos.

 

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