O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente, sobre a poluição que se verifica na zona de Gândara, provocada tanto pelas águas não tratadas provenientes do parque industrial como pelas próprias águas da ETAR, que estão a ser descarregadas numa linha de água que circunda e atravessa a ETAR da Gândara, a norte do parque industrial e que inundam frequentemente o terreno florestal, sendo prejudicial para a biodiversidade local e a fauna e podendo transportar substâncias nocivas para o ambiente, salientas Os Verdes.
Em junho de 2016 o Partido Ecologista Os Verdes esteve na Zona Industrial da Gândara, no concelho de Carregal do Sal, e constatou uma descarga de efluentes numa linha de água, que circunda e atravessa a ETAR da Gândara, a norte do parque industrial.
Perante a situação, Os Verdes questionaram o Ministério do Ambiente, tendo o Governo respondido que a Área de Proteção Ambiental e a Agência Portuguesa do Ambiente do Centro, após visita técnica ao local, em setembro desse ano, confirmou a rejeição de efluente de caudal constante e de cor acinzentada.
Foi referido ainda, na resposta dada, que tal situação se devia à existência de ligações de águas residuais à rede de águas pluviais por parte de uma empresa localizada na zona industrial, sendo também referido que essa unidade iria corrigir a situação.
Ainda em resposta à pergunta efetuada pelo PEV, o Ministério do Ambiente referiu que a ETAR da Gândara, construída em 1993, apresenta deficientes condições de funcionamento, devendo vir a ser substituída no futuro por uma Estação Elevatória (EE), que irá elevar os efluentes para uma nova Estação a implementar no Parque Industrial de São Domingos e, posteriormente, estes serão encaminhados para uma ETAR a construir em Currelos. O governo adiantou também que esta solução ainda estava a ser estudada por projetistas.
Passados quase dois anos, o PEV deslocou-se novamente ao parque industrial, e verificou que as águas continuam poluídas, sendo visível a existência de águas acinzentadas, camadas de gordura e matéria orgânica, ao longo do percurso desta linha de água, afluente da ribeira de Cabanas, que por sua vez desagua no rio Dão.
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