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32 sepulturas em Santa Comba Dão remontam à época Alto-Medieval

Através de uma parceria entre a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, a Universidade de Coimbra e o Banco Santander, realizou-se, entre Agosto e Novembro de 2016, um trabalho de identificação e registo do património arqueológico deste concelho, tendo sido reavaliados 20 sítios previamente introduzidos na base de dados da DGPC (Direcção Geral do Património Cultural) e identificados 20 novos sítios arqueológicos.

Destes 40 sítios registados, chama-se a atenção para 32 sepulturas escavadas na rocha, o que aponta para uma considerável ocupação humana no território do concelho na época Alto-Medieval (Séculos VIII a XI). Com efeito, algumas sepulturas são contemporâneas e outras certamente anteriores aos mais antigos documentos históricos – designadamente três cartas de doação ao mosteiro de Lorvão dos finais do Século X – onde consta grande parte das vilas e povoações hoje pertencentes a Santa Comba Dão, como Trexete (Treixedo), Sancto Iohanne (São Joaninho), Sancta Columba (actual Couto do Mosteiro), Genestosa (Gestosa), entre outras. Do conjunto de sepulturas, destaca-se, a título de exemplo, a grande sepultura da Amieira na zona das Fontainhas, com 2,20 x 0,54 m, e a monumental necrópole das Regueiras (São João de Areias), contendo seis sepulturas escavadas no mesmo penedo granítico.

A quantidade de sepulturas rupestres não reflete, todavia, o real nível de povoamento da zona onde se encontram, já que o custo associado à abertura de um sepulcro na rocha estaria ao alcance apenas de uma pequena parcela da população das vilas medievais, certamente formada por indivíduos associados ao clero ou a uma elite guerreira rural que começava a ganhar força neste período inicial da Reconquista Cristã.

Por reconhecer o valor histórico e cultural do património arqueológico do concelho de Santa Comba Dão, a Câmara Municipal, em conjunto com as suas Juntas de Freguesias, tem dado continuidade aos trabalhos da sua identificação, registo e valorização, trabalhos estes que contam com a orientação da Professora Doutora Helena Maria Gomes Catarino (Universidade de Coimbra). Destaca-se ainda a importância do contributo e consciência dos santacombadenses em relação ao valor deste projeto, não só ao terem permitido visitas às suas propriedades, como, principalmente,ao partilharem os seus valiosos saberes, histórias e lendas.

 

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