O cinema Ícaro, que está encerrado há mais de 15 anos, na cidade de Viseu, vai voltar a abrir as portas de 01 a 05 de maio para acolher a mostra de “cinema insubmisso” intitulada Desobedoc.
Nascido no Porto há cinco anos, o Desobedoc quis provar que “era possível abrir salas de cinema encerradas e criar espaços onde filmes e documentários pudessem ser vistos, partilhados, discutidos”.
Este ano, o Desobedoc – que é organizado pelo Bloco de Esquerda – chega à cidade de Viseu, com sessão marcada para o cinema Ícaro (que encerrou em 2005), e integra mais de duas dezenas de filmes, documentários, performances, conversas, concertos e exposições.
A cultura tem sido o parente pobre do orçamento. Se é verdade que passou a haver ministério, falta uma estratégia, recursos e capacidade de pensar o país como um todo”, considera o Bloco de esquerda de Viseu
Os Bloquistas referem que no caso do interior do país, “o acesso à cultura – ao património e à criação artística – é ainda mais limitado”, apesar de haver “grupos, companhias, cineclubes, associações e espaços que resistem”, faltando “uma resposta pública que chegue a todos e o compromisso do Estado central e local”.
Quando se comemoram os 50 anos do maio de 68, “o Desobedoc multiplica-se” e, além de Viseu, também Braga, Coimbra, Évora e Vila Real acolherão “filmes sobre trabalho e sobre diversidade, sobre colonialismo e lutas pelo ambiente, sobre a vaga feminista e sobre o golpe brasileiro, sobre a intersecção das lutas e sobre o legado do espírito de desobediência de 68”.
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