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Viseu: suspeito de violência doméstica à ex-companheira ficou em prisão preventiva

Um homem ficou em prisão preventiva, depois de ter sido ouvido no Tribunal de Viseu, na sequência de presumíveis crimes de violência doméstica e rapto, disse à agência Lusa a Polícia Judiciária.

O homem, que já esteve preso, “condenado a pena de prisão por crime de homicídio tentado com arma de fogo, também era referenciado por tráfico de droga”, tal como a investigação deste último mês e meio confirmou, contou um coordenador da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária.

Carlos Chambel explicou à agência Lusa que a investigação não começou pelas razões pelas quais o indivíduo, com residência em Coimbra, já era referenciado pelas autoridades, mas sim por “violência doméstica e ameaças de morte à antiga companheira”.

A vítima é de Viseu e o suspeito também tem laços familiares naquela cidade.

Em 2018, residiam em Coimbra e, “pelo menos desde junho de 2019, que a senhora seria vítima de violência doméstica”.

“A vítima, no início deste ano, em fevereiro, conseguiu abandonar a residência, porque como ele é uma presença assídua nos estabelecimentos noturnos de Coimbra ela aproveitou a saída dele para se colocar em fuga para se tentar libertar das ações violentas de que vinha sendo vítima”, contou a fonte.

Mas, em 11 de março, numa zona de Viseu onde ela se terá refugiado junto da família, “ele apercebe-se de que ela estava a sair num carro com mais três pessoas e acabou por fazer uma abordagem a essa viatura, atravessando o carro dele à frente desse carro”

“Como estavam numa zona habitacional, com o recurso a uma arma de fogo, obrigou esse carro a seguir viagem até um local mais calmo na perspetiva de recuperar a antiga companheira ou de a levar à força com ele ou então de a matar, porque ele ameaçou-a de morte várias vezes”, explicou.

Já num local mais isolado, o indivíduo “partiu o vidro traseiro do carro, para ter acesso à vítima, tentou sacá-la à força de dentro do carro” e, perante “alguma resistência por parte dos outros ocupantes, acabou por levar como moeda de troca um” deles.

O objetivo, segundo a PJ, “era tentar negociar a libertação” da rapariga, mas, com isso, “ele acabou por praticar um crime de rapto para, desta forma, coagir a vítima a voltar atrás na decisão de abandonar a casa e ir com ele”.

“Como as coisas estavam a correr não como pretendia, acabou por pedir uma espécie de um resgate. Portanto, pediu dinheiro para poder libertar o indivíduo, ou vinha ela ou uma determinada quantia em dinheiro”, especificou.

O inspetor acabou por contar que “a família foi conseguindo negociar com ele, apesar das ameaças, e conseguiu convencê-lo de que a senhora se ia entregar, mas que teria de libertar o outro individuo”.

Convencido que estava, entregou o sujeito, mas, “claro, ela não se apresentou com receio de poder ser vítima de uma ação violenta” e ele “acabou por regressar a Coimbra, mas manteve as ameaças de morte à família, chegando mesmo a abordar o pai da vítima”.

“Há aqui um quadro de violência doméstica que descambou numa série de eventos que puseram em causa a segurança da vítima. É um caso que tem uma série de episódios. O objetivo principal da investigação não era o tráfico de droga, como é óbvio, mas sim a segurança da senhora”, afirmou.

Nas buscas, foi “apreendida cocaína que tinha preparada para vender, um bastão extensível e algum dinheiro e a viatura que utilizou na prática do crime”.

“A arma, não conseguimos recuperar, será um revólver que utilizou, porque ele também não quis colaborar para entregar a arma”, adiantou Chambel, que contou que a investigação começou em 11 de março, “com uma grande colaboração do Ministério público”.

Mesmo com a pandemia, a investigação não parou, “atendendo à gravidade da situação e ao perigo que representa para a vítima a ação deste indivíduo”.

Por isso, foram “desencadeadas uma série de ações no terreno e de medidas processuais para conseguir suster a atividade dele” o que foi conseguido com a detenção em Coimbra.

 

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