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Associação Ambiente nas Zonas Uraníferas contra a exploração de Lítio no distrito de Viseu

O presidente da Quercus, Paulo do Carmo, acusou o Governo de estar “a cometer um erro grave e crasso” ao “leiloar um território de milhares de hectares” a pretexto da exploração de lítio.

Estamos perante um dos maiores atentados ambientais dos últimos anos, afirmou Paulo do Carmo, em Viseu, durante uma conferência de imprensa organizada conjuntamente com a associação Ambiente nas Zonas Uraníferas (AZU).

Na opinião do presidente da Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, com o argumento de resolver um problema de mobilidade, foram emitidas “mais do que duas dezenas de autorizações a empresas que querem pesquisar lítio e outros minerais” em território português.

Paulo do Carmo referiu que a Quercus e a AZU não estão “contra o lítio”, mas contra a forma como está a decorrer o processo.

O dirigente questionou como pode ser possível deixar-se explorar lítio em zonas protegidas se durante anos nem construir uma casa era autorizado.

A Quercus e a AZU prometem não baixar os braços, estando a organizar um colóquio para 15 de junho, na Guarda.

“Será um grande encontro, com todos os movimentos nacionais que estão a lutar, para que saia um documento que vão entregar ao Governo e à Assembleia da República”, salientou o presidente da AZU, António Minhoto.

O também antigo funcionário da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU), que esteve sediada na Urgeiriça, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, lamentou que deixem “escavar o país sem ter em conta os impactos ambientais que isso pode vir a ter, os interesses regionais e locais”, o facto de a região ter sido fustigada pelos incêndios florestais em 2017 e também o histórico de passivo ambiental devido a anteriores explorações.

António Minhoto diz que “Ainda estão a tentar resolver problemas relacionados com a exploração de vários minerais. Por exemplo, no que respeita à exploração de urânio em Portugal, com minas abertas, em alguns casos abandonadas há 40 anos”.

Paulo do Carmo considerou que os presidentes de câmara têm um papel fundamental na questão da exploração do lítio, uma vez que gerem o território.

No início do mês, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, o PEV e o PAN criticaram os projetos para eventual exploração de lítio, tendo o primeiro-ministro, o socialista António Costa, garantido que haverá respeito pelas avaliações de impacto ambiental.

O primeiro-ministro alegou que “os contratos nunca são, nem podem ser secretos” e que, relativamente à avaliação de impacto ambiental, “ela coloca-se não na fase de prospeção, mas, antes, na fase de exploração”.

 

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